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6 dúvidas frequentes sobre a imposição do escapulário

odos os católicos, a partir do batismo, podem receber o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, mas ele precisa ser devidamente benzido e imposto por um sacerdote ou diácono.

imposição do escapulário costuma levantar várias perguntas e dúvidas entre os católicos. Algumas das mais frequentes, com suas devidas respostas, são as seguintes.

1 – Qualquer padre pode fazer a imposição do escapulário?

Sim. Antes do Concílio Vaticano II, era necessário que a imposição fosse feita por um sacerdote delegado pela Ordem dos Carmelitas ou por um sacerdote não carmelita que tivesse a devida aprovação eclesiástica, mas, atualmente, o ritual aprovado pela Congregação para o Culto Divino informa que “têm a faculdade de benzer o Escapulário os sacerdotes e os diáconos; além disso, outras pessoas autorizadas podem também fazer a sua imposição” (um caso, por exemplo, é o dos soldados em campo de batalha, que, se não dispuserem da presença de um sacerdote, podem realizar eles mesmos a imposição do escapulário).

2 – Imposição e bênção: não é a mesma coisa?

Não: existe a bênção e existe a imposição, que são diferentes – e ambas são necessárias. O Rito de Bênção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que apresentamos ao final deste artigo, já inclui as duas, conforme diz o próprio nome do rito. No entanto, depois que uma pessoa já recebeu a imposição conforme o rito aprovado, ela pode voltar a receber a bênção sem precisar voltar a receber a imposição. Isto ocorre, por exemplo, caso ela venha a perder o escapulário e passe a usar outro: não é necessário receber novamente a imposição, mas, se a pessoa desejar, poderá pedir que um sacerdote dê a bênção ao novo escapulário.

3 – Ah, então eu não preciso pedir outra imposição do escapulário se eu o perder ou ele se deteriorar?

Não, não precisa. A imposição recebida uma vez vale para sempre, porque se aplica à pessoa e não ao escapulário em si. Aliás, receber a imposição do escapulário implica ser agregado à família carmelita. Por isso, caso o escapulário fique deteriorado ou seja perdido, basta substituí-lo por outro, não sendo necessário receber de novo a imposição se esta já tiver sido feita dentro das condições devidas.

4 – Qualquer escapulário pode ser imposto?

Não. Segundo as normas do rito de imposição, durante a cerimônia “deve ser usado o Escapulário do Carmo na sua forma tradicional”. E que forma é essa? É a do escapulário feito de dois pedaços de tecido marrom (ou castanho), unidos por tiras, como uma veste que se usa ao pescoço – já que o escapulário é precisamente uma veste, originada do hábito carmelita. Somente depois da imposição é que o escapulário tradicional pode ser substituído por uma medalha apropriada, conforme autorização concedida em 1910 pelo Papa São Pio X. Embora não seja absolutamente necessário, é muito recomendável que o escapulário também possua uma imagem de Nossa Senhora. O mais tradicional, de fato, traz em um dos pedaços de pano a estampa de Nossa Senhora do Carmo, enquanto o outro pedaço de pano traz a do Sagrado Coração de Jesus ou o emblema da Ordem do Carmo.

5 – É verdade que usar o escapulário nos garante a salvação?

Não, não é verdade. O escapulário não nos dispensa dos Sacramentos, que são os meios instituídos por Nosso Senhor como a via normal para a nossa santificação, nem nos dispensa de praticar as virtudes, que são necessárias para vivermos em graça. O escapulário não é nenhum “amuleto” que garanta o Céu para almas em pecado. Ele é um sacramental, ou seja, um objeto religioso de devoção que, usado corretamente segundo as formas aprovadas pela Igreja, nos ajuda a viver a conversão, a bem receber os Sacramentos e a perseverar na virtude e na graça. As promessas de salvação que o acompanham estão sujeitas, evidentemente, às retas disposições da pessoa que o usa.

Quando Nossa Senhora do Carmo apareceu para São Simão Stock no dia 16 de julho de 1251 na visão em que lhe entregava o escapulário, ela fez esta promessa:

“Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.

Mas, como sinal e aliança, ele requer que façamos a nossa parte. O extraordinário do escapulário é que a promessa de Nossa Senhora para as pessoas que o usam é precisamente a de ajudá-las a cumprir as necessárias disposições de alma a fim de acolherem a graça salvadora de Jesus Cristo.

Em sua bula chamada “Sabatina”, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte. Esta graça ficou conhecida como “privilégio sabatino”, reconfirmado pela Sagrada Congregação das Indulgências em 14 de julho de 1908, desde que se cumpram as condições devidas.

6 – E quais são as condições ou compromissos?

Quem se reveste deste sinal mariano deve adotar algumas atitudes fundamentais:

  • Colocar a Deus em primeiro lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade d’Ele.
  • Esforçar-se seriamente para viver em estado de graça e confessar-se sempre que tiver caído em pecado.
  • Viver de modo especial a virtude da pureza, guardando a castidade própria de cada estado de vida.
  • Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
  • Buscar a comunhão com Deus por meio da oração diária, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
  • Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades e procurando ajudar a solucioná-las.
  • Receber adequadamente os Sacramentos da Igreja, particularmente a Eucaristia e a Reconciliação.

Observe-se que não são condições extraordinárias: são as que já se esperam de qualquer católico habitualmente. O escapulário não adiciona nenhum outro compromisso: ele apenas reforça o compromisso cristão de vivermos o que já somos chamados a viver – acrescentando, isto sim, uma especial promessa de ajuda para que de fato vivamos esses compromissos e, com isto, nos abramos à graça salvadora de Jesus e em graça estejamos na hora da nossa morte.

No tocante às modalidades da oração diária, é oportuno, mas não obrigatório, que o sacerdote que faz a imposição do escapulário oriente cada pessoa sobre as orações recomendadas segundo a sua própria realidade. Mas não há nada rígido neste sentido: normalmente, o terço rezado todos os dias é suficiente sem que seja necessária mais nenhuma outra oração; ou 3 Ave-Marias bem rezadas diariamente; ou o Ofício Divino para os sacerdotes… Enfim, há nisto grande liberdade. O uso tradicional indica rezar todos os dias o pequeno Ofício de Nossa Senhora, ou, para os que não saibam ler, abster-se de carne às quartas-feiras e sábados, mas o sacerdote que impôs o escapulário ou o próprio confessor sempre puderam comutar essas condições por outras, conforme cada caso. O essencial não é a modalidade, mas sim que se reze de coração!