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A devoção de três santos carmelitas ao Menino Jesus

Três grandes santos carmelitas, doutores da Igreja, que com suas particularidades viveram experiências espirituais bem diferentes, tem uma coisa em comum: a devoção ao Menino Jesus. Estes santos não somente nutriram uma particular e terna devoção ao divino Menino, mas também foram grandes incentivadores e propagadores desta devoção.

Santa Teresa de Jesus, também conhecida como Santa Teresa d’Ávila, grande mística e reformadora do Carmelo, nutria uma especialíssima devoção ao Menino Jesus.

São João da Cruz, também grande místico, doutor do tudo e do nada, tinha igualmente uma particular devoção ao divino Menino.

Santa Teresa de Lisieux, doutora da vida, também nutria uma particular e terna devoção ao Menino Jesus.

A devoção de Santa Teresa d’Ávila ao Menino Jesus

Até hoje, é muito comum vermos a imagem do Menino Jesus nos conventos carmelitas. Entre os grandes tesouros de valor espiritual que Santa Teresa deixou no Carmelo, há várias imagens do pequeno Jesus. Entre estas, uma chama a atenção: a imagem conhecida como “El Lloroncito” (O Chorãozinho).

A bela imagem, que recorda o Menino Jesus de Praga, – que com sua mão direita abençoa e com a esquerda sustenta um globo representando o universo – se encontra no Convento São José, em Toledo; uma das fundações de Teresa de Jesus. A pequena imagem, que mede apenas 20 centímetros de altura, foi talhada em madeira no século XVII. Teresa levou-a para Toledo quando fundou o Convento, em 1569.

De acordo com uma tradição carmelitana, a pequena imagem é chamada “El Lloroncito” por que quando Santa Teresa saía do Convento de Toledo, o rosto do Menino Jesus se transformava.

No dia 8 de Junho de 1580, Santa Teresa se despedia de suas irmãs religiosas de Toledo, para dirigir-se à Segóvia. O coração, naturalmente afetuoso de Teresa, sofria cruelmente nestas despedidas, principalmente quando pensava que não veria novamente suas filhas espirituais. Desta vez, nem ela nem suas queridas irmãs se enganavam, pois todas pressentiam que a Madre chegava ao fim de sua missão aqui na terra. Segundo uma piedosa tradição, até uma imagem do Menino Jesus se juntou às monjas, derramando lágrimas na despedida da Santa de seu querido convento de Toledo. Desde então, as carmelitas chamam esta imagem do Menino Jesus com o carinhoso nome do “Niño Lloroncito”.

Noutra tradição, conta-se que Santa Teresa encontrou-se com o Menino Jesus no Mosteiro da Encarnação, em Ávila. Certo dia, a Madre descia as escadas e tropeçou, enquanto um belo menino lhe sorria. Irmã Teresa, surpresa por ver uma criança dentro do Convento, lhe perguntou: “Quem sois?”. Por sua vez, o menino responde com outra pergunta: “E quem sois vós?”. A Madre lhe disse: “Eu sou Teresa de Jesus”. E o menino, com um amplo e luminoso sorriso, lhe diz: “Pois, eu sou Jesus de Teresa”

A devoção de São João da Cruz ao Menino Jesus

À semelhança de Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz é também um enamorado do Menino Jesus. Como Teresa, João da Cruz gostava das meditações sobre os mistérios da Santa Infância de Jesus, para que os seus irmãos religiosos vissem o amor infinito de Deus ao homem. Estas e outras práticas de devoção ao Menino Jesus passaram de geração em geração e chegaram até aos nossos dias, para modelar os religiosos carmelitas nas casas de formação.

No tempo do Advento, a devoção ao divino Infante era vivida com particular atenção. Enquanto mestre de noviços, São João da Cruz fazia todos os dias a procissão do Menino Jesus pelo claustro, pelas celas dos religiosos, deixando a imagem cada dia na cela dum religioso. Este passava o dia e a noite velando o Menino Jesus.

Uma das cenas mais reveladoras desta devoção de São João da Cruz ao Menino Jesus acontece em 1585, no convento das Carmelitas de Granada. O Santo, extasiado diante de uma belíssima imagem do Menino Jesus, toma-a nos braços e, dançando, canta: “Meu doce e terno Jesus, se amores me hão de matar, agora têm lugar”

A devoção de Santa Teresinha ao Menino Jesus

A devoção ao Menino Jesus, estreitamente ligada à história da Ordem do Carmo de Praga, intensificou-se ainda mais graças a Santa Teresinha, que levou ao extremo o amor e a identificação com a infância de Jesus Cristo.

A relação de Santa Teresinha com o Menino Deus era tão intensa e, ao mesmo tempo, tão íntima que ela fez de seu nome religioso um testemunho permanente de inocência, simplicidade, humildade e confiança filial, um caminho seguro para chegar ao Pai, acessível a todos. Pois, esse caminho tem seu fundamento na infância espiritual ou, como ela chamava, “pequena via” para Deus.

Com a única finalidade de agradar o seu amado Menino Jesus, Santa Teresinha se oferecia para ser um brinquedo em Suas mãos: “Dissera-lhe que se utilizasse de mim […] como uma bolinha sem nenhum valor, que poderia jogar ao chão, bater com o pé, furar, largar num canto, ou também apertar ao coração, quando fosse de seu agrado”.

Como expressão desta devoção, a Basílica Santa Teresinha do Menino Jesus tem uma capela, à esquerda do altar-mor, dedicada ao Menino Jesus de Praga. Todos os meses, no dia 25, a Santa Missa é celebrada em Sua honra.

O exemplo destes três grandes santos carmelitas nos ajuda a compreender e importância da devoção ao Menino Jesus. Pois, esta devoção nos remete à meditação sobre a divina humanidade de nosso Senhor Jesus Cristo. E, pela fé, esta meditação nos une mística e espiritualmente a Santíssima Trindade, a todos os anjos e santos, numa comunhão de amor que nos inspira a amar a Deus de todo o coração e, consequentemente, a nos empenhar pela salvação das almas.