Quanto vale uma vida humana?
A Igreja Católica defende a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até a morte natural e defende que a dignidade da pessoa não se perde nunca, mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos.
Esta semana a Igreja no Brasil está mobilizando fiéis e todas as pessoas de boa vontade em prol da defesa da vida nascente, contra a legalização do aborto. E no Vaticano, nesta quinta-feira, o Papa Francisco aprovou a nova redação do Catecismo da Igreja Católica (n. 2267), condenando a pena de morte em todo o mundo. Em unidade, essas duas iniciativas expressam o SIM da Igreja à “cultura da vida” e sua reprovação, o seu uníssono NÃO, à “cultura da morte”.
A luta pela vida, contra o aborto, no Brasil
Arquidioceses, dioceses e regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão se manifestado contra a proposta que descriminaliza o aborto até a 12ª semana de gestação, que será discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, nos próximos dias 3 e 6 de agosto em audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esta ADPF 442 questiona os artigos 124 e 126 do Código Penal, que tipificam o crime de aborto, alegando a sua inconstitucionalidade.
A Audiência Pública será realizada na sala de sessões da Primeira Turma do STF, Anexo II-B, dias 3 e 6 de agosto, das 8h40 às 12h50 e das 14h30 às 18h50. A CNBB apresentará sua posição, nesta audiência, no dia 6 de agosto, às 9h10, representada pelo bispo de Rio Grande (RS), dom Ricardo Hoerpers, que mestre e doutor em Bioética e Teologia Moral na Academia Alfonsiana, em Roma e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP).
Além dos bispos, que se pronunciaram por notas e também de forma colegiada através dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB se pronunciou sobre a questão e reafirmou em nota a posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”. Afirmação emitida pela presidência da CNBB na Nota Oficial “Pela vida, contra o aborto”, publicada em 11 de abril de 2017.
“A vida é Dom de Deus e preservá-la é a nossa vocação primeira”, expressou em nota o bispo de Bragança Paulista (SP), Dom Sérgio Aparecido Colombo.
A condenação da pena de morte em todo o mundo: Papa Francisco muda parágrafo do Catecismo da Igreja Católica
Por fidelidade ao Evangelho a Igreja sempre lutou pela garantia do direito à vida e defendeu sua inviolabilidade em todas as etapas. É por isso que enfrenta em todo o mundo a cultura da morte, que ganha as manchetes dos jornais com a defesa do aborto, uma de suas mais cruéis manifestações, uma vez que tira a vida de seres humanos indefesos no ventre da mãe.
Nesta quinta-feira, Papa Francisco deu ao mundo mais um sinal do valor irrenunciável da vida humana para a Igreja. O Santo Padre recebeu em audiência, no Vaticano, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luís Ladaria, durante a qual aprovou a nova redação do Catecismo da Igreja Católica (n. 2267), sobre a “pena de morte”.
Eis o novo texto, que passa a valer a partir desta quinta-feira:
2267 . “Durante muito tempo, considerou-se o recurso à pena de morte por parte da autoridade legítima, depois de um processo regular, como uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum.
Hoje vai-se tornando cada vez mais viva a consciência de que a dignidade da pessoa não se perde, mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos. Além disso, difundiu-se uma nova compreensão do sentido das sanções penais por parte do Estado. Por fim, foram desenvolvidos sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos sem, ao mesmo tempo, tirar definitivamente ao réu a possibilidade de se redimir.
Por isso a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que «a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa»[1], e empenha-se com determinação a favor da sua abolição em todo o mundo.”
A atitude do Papa Francisco se encaixa na nova abordagem que a Igreja tem aplicado à questão, especialmente desde o pontificado de São João Paulo II, arauto fervoroso da defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural. A grande ênfase de São João Paulo II na “cultura da vida” contra a “cultura da morte” foi firmemente mantida por Bento XVI e, agora, por Francisco.
Fontes: CNBB, Vatican News e Aleteia
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