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Esmola: a via da Pobreza para chegar a Santidade

Em meio a uma multidão faminta, um menino ofertou cinco pães e dois peixes. Em uma situação de súplica, uma mulher quebrou um vidro de perfume caro, como uma nobre oferta… Através de um pedido divino, Abraão ofertou Isaac.

Todas essas e outras ofertas foram motivadas por algo maior, seja em nome do perdão, da fraternidade ou do amor, ou por todos eles.

Neste Tempo Quaresmal, somos convidados a voltar o olhar para o essencial para, assim, deixarmos de lado as superficialidades que nos acompanham. Deus nos convida a um tempo frutuoso de olhar para nós mesmos e deixarmos as nossas ofertas ao lenho da Cruz. Cruz que é sinônimo de pobreza, pequenez e baixeza.

O Senhor, em sua infinita misericórdia, se dá e chama-nos a amá-lo em nossa pobreza espiritual e material para nele sermos enriquecidos. Este é o nosso algo maior.

Deus nos chama como Shalom a sermos pobres, e bendita pobreza que nos salva! Essa é a nossa vida: sermos enriquecidos de Deus e não de excesso de bens materiais.

Somos chamados a uma dedicação especial a este conselho evangélico. É preciso olhar para a nossa vida e perceber o que podemos partilhar de tudo que Deus nos dá. O Senhor deseja retirar o nosso olhar superficial e excêntrico e, assim, santificar-nos. Tudo que é excesso certamente não é nosso. E isso perpassa pela nossa comunhão de bens, pela esmola, pelo despojamento ao qual somos chamados a viver, principalmente neste período.

É a nossa forma de viver a pobreza que Deus potencializa em degraus de santidade.

É tempo de oferta, doação, esmola. Deus nos convida a não só darmos o que sobra, mas também a darmos o que temos àqueles que mais precisam. O necessitado pode ser o meu irmão, uma instituição, um pobre, pode ser a minha missão. É necessário estar atento às realidades que Deus deseja nos encaminhar.
Rezar e suplicar ao Espírito que renove em nós a sensibilidade do olhar atento ao outro.

Que Ele renove em nós o espírito da pobreza, da humildade e da prontidão. A moeda da viúva, os cinco pães e dois peixes atuais podem ser fruto da nossa oferta generosa nos dias de hoje.

O evangelho deseja se fazer carne em nós para o bem comum porque talvez o outro não foi contemplado, porque nós ainda retemos. O Senhor nos convida a confiar que Ele tudo fará e dará, pois como dizia Santa Teresa: “quem tem a Deus nada lhe falta”. Toda oferta é recompensada e, no nosso caso, o prêmio é a conversão e santidade.

Deixemos de lado o olhar ensimesmado e a mesquinhez. Deus deseja fazer arder o desejo pela fraternidade, pelo consolo, pelo incômodo com a situação do outro. A via da salvação pode ser resultado de nossas mãos estendidas e generosas ao encontro do próximo, através da esmola, do tempo e a dignidade e qualidade com que damos para estas ofertas.

Confiemos ao Senhor toda a nossa vida para que a Cruz, que é leito e descanso para os necessitados, seja personificada em nossa vida.

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