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Lectio Divina: Multiplicação dos Pães

Senhor Jesus, envia o teu Espírito para nos ajudar a ler as Escrituras com a mesma mente com que as leste aos discípulos a caminho de Emaús. À luz da Palavra, escrita na Bíblia, você os ajudou a descobrir a presença de Deus nos acontecimentos perturbadores de sua sentença e morte. Assim, a cruz que parecia ser o fim de toda esperança tornou-se para eles a fonte da vida e da ressurreição.

Cria em nós o silêncio para que possamos ouvir a tua voz na Criação e nas Escrituras, nos acontecimentos e nas pessoas, sobretudo nos pobres e sofredores. A tua palavra nos guie para que também nós, como os dois discípulos de Emaús, possamos experimentar a força da tua ressurreição e testemunhar aos outros que estás vivo entre nós como fonte de fraternidade, de justiça e de paz. É isso que te pedimos, Jesus, filho de Maria, que nos revelou o Pai e nos enviou o teu Espírito. Um homem.

 

Oração Inicial 
Pai, Seu filho se tornou como nós quando Ele se revelou em nossa natureza; ajude-nos a nos tornarmos mais parecidos com Ele, que vive e reina com você e o Espírito Santo, um Deus, para todo o sempre.

Leitura do Evangelho – Marcos 6: 34-44

Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.

Reflexão

• É sempre bom olhar para o contexto em que o texto do Evangelho se encontra, porque nos ilumina para descobrirmos melhor o seu sentido. Um pouco antes (Mt 6: 17-19), Marcos narra o banquete da morte, organizado por Herodes com grandes pessoas da Galileia, no Palácio da Capital, durante o qual João Batista esteve
morto. No texto de hoje, ele descreve o banquete da vida, promovido por Jesus com o multidões famintas da Galileia, lá no deserto. O contraste deste contexto é grande e ilumina o texto.

• No Evangelho de Marcos, a multiplicação dos pães é muito importante. É mencionado duas vezes: aqui e em Mc 8: 1-9. E o próprio Jesus questiona os discípulos sobre o multiplicação dos pães (Mc 8: 14-21). É por isso que vale a pena observar e refletir a ponto de descobrir em que a importância da multiplicação dos pães consiste.

• Jesus convidou os discípulos a descansar um pouco num lugar do deserto (Mc 6, 31). As multidões perceberam que Jesus tinha ido para o outro lado do lago, e eles o seguiram e chegaram antes dele (Mc 6: 33). Quando Jesus, descendo do barco, vê aquela multidão grande esperando por ele, ele fica triste “porque eles eram como ovelhas sem pastor ”. Esta frase lembra o Salmo do Bom Pastor (Sl 23). Diante do povo sem pastor, Jesus esquece de descansar e começa a ensinar, ele começa a ser um pastor. Com suas palavras, ele orienta e orienta as multidões em o deserto da vida; e assim a multidão poderia cantar: “O Senhor é meu pastor! Não há nada que eu deva querer! ” (Sal 23: 1).

• O tempo passou e começou a ficar tarde e escuro. Os discípulos estavam preocupados e pediram a Jesus para mandar o povo embora. Eles afirmam que lá no deserto não há possível encontrar o que comer para tantas pessoas. Jesus diz: “Vocês mesmos dão eles para comer! ” Mas eles estavam com medo: “Você quer que a gente vá comprar pão com 200 denário?” (ou seja, o salário de 200 dias!). Os discípulos buscam uma solução fora do multidões e para as multidões. Jesus não busca a solução fora, mas sim no meio da multidão e para a multidão e pergunta: “Quantos pães você tem? Vai e veja.” A resposta é: “Cinco pães e dois peixes!” É muito pouco para tanta gente!
Jesus ordena que a multidão se sente em grupos e pede aos discípulos que distribuam o pão e o peixe. Todo mundo comeu o suficiente para ficar satisfeito!

• É importante observar como Marcos descreve este fato: Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueram os olhos para o céu, pronunciaram a bênção, dividiram o pão e deu aos discípulos para distribuírem ”. Esta maneira de falar fazem as comunidades pensarem sobre o quê? Sem dúvida, isso os fez pensar sobre o Eucaristia. Porque essas mesmas palavras serão usadas (mesmo agora) na celebração de a Ceia do Senhor. Assim, Marcos sugere que a Eucaristia deve nos levar a compartilhar. É o Pão da Vida que nos dá coragem e nos leva a enfrentar os problemas
de pessoas de uma maneira diferente, não de fora, mas de dentro.

• Na forma de descrever os fatos, Marcos lembra a Bíblia a fim de iluminar o sentido dos fatos. Para alimentar as multidões famintas no deserto, Moisés foi o primeiro a fazê-lo (cfr. Ex 16: 1-36). E para pedir às pessoas que se organizem e se sentem em grupos de 50 ou 100 nos lembra do censo do Povo no deserto depois que eles deixou o Egito (cfr. Nb 1-4). Desta forma, Marcos sugere que Jesus é o novo Messias. O as pessoas das comunidades conheciam o Antigo Testamento, e para quem entende bem, poucas palavras são suficientes. Desta forma, eles descobriram o mistério que cercou a pessoa de Jesus.

Questões pessoais
• Jesus se esquece de descansar para servir ao povo. Qual é a mensagem que eu descobri para mim mesmo?

• Se hoje compartilhássemos o que temos, não haveria fome no mundo. O que eu posso fazer?

Oração Final

Em seus dias, a retidão florescerá e a paz em abundância até que a lua não haja mais. império se estenderá de mar a mar, do rio aos limites da terra. (Sal 72: 7-8)

 

Fonte: Ocarm.org