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Papa: o mundo precisa do nosso testemunho comum, não da divisão dos cristãos

A unidade é uma graça

O Papa começou, então, a trazer alguns ensinamentos sobre a unidade. O primeiro, de que ela é “uma graça, um dom imprevisível” “cujos tempos e modos não podemos prever”:

“O verdadeiro protagonista não somos nós, mas o Espírito Santo que nos guia para uma maior comunhão. Tal como não sabemos de antemão qual será o resultado do Sínodo, também não sabemos exatamente como será a unidade a que somos chamados.”

A unidade é um caminho

Outro dos ensinamentos do processo sinodal é que “a unidade é um caminho: amadurece em movimento, durante o percurso. Cresce no serviço recíproco, no diálogo da vida, na colaboração entre todos os cristãos”. Um caminho, porém, que deve ser percorrido “segundo o Espírito (cf. Gal 5, 16-25)”, numa peregrinação comum “ao ritmo de Deus”.

A unidade é harmonia

Um terceiro ensinamento é que “a unidade é harmonia“, feita da beleza da Igreja, como acontece no Sínodo, através da “variedade dos seus rostos” e no caminho do Espírito Santo:

“A unidade não é uniformidade, nem é o resultado de compromissos ou equilíbrios. A unidade cristã é harmonia na diversidade dos carismas suscitados pelo Espírito para a edificação de todos os cristãos.”

A unidade para a missão

Por fim, tal como a sinodalidade, “a unidade é para a missão“, num testemunho dos padres conciliares “quando afirmaram que a nossa divisão «é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (UR, 1)”:

“O movimento ecumênico nasceu do desejo de testemunhar juntos, na companhia dos outros, não afastados uns dos outros ou, pior ainda, uns contra os outros. Neste lugar, os Protomártires recordam-nos que hoje, em muitas partes do mundo, cristãos de diferentes tradições dão juntos a vida por causa da fé em Jesus Cristo, vivendo o ecumenismo do sangue. O seu testemunho é mais forte do que qualquer palavra, porque a unidade vem da Cruz do Senhor.”

Ao final da homilia, o Papa recordou da celebração penitencial realizada antes de iniciar a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em andamento no Vaticano até 27 de outubro. Francisco reforçou a necessidade de se promover “um caminho para a plena unidade, em harmonia uns com os outros e com toda a criação:

“Hoje exprimimos também a nossa vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos, pelo escândalo de não testemunharmos juntos o Senhor Jesus. Este Sínodo é uma oportunidade para melhorar, para ultrapassar os muros que ainda persistem entre nós. Concentremo-nos no chão comum do nosso mesmo Batismo, que nos impele a ser discípulos missionários de Cristo, com uma missão comum. O mundo precisa de um testemunho comum, o mundo precisa que sejamos fiéis à nossa missão comum.”