No dia 14 de novembro, às 11h, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo, ocorreu a Profissão Solene do Frei José Ivanildo Justino. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Prior Provincial, Frei Adailson Quintino dos Santos, O.Carm.
Na homilia, o provincial relembrou a história dos primeiros carmelitas, o desejo da radicalidade cavalheiresca, que aos poucos foi se transformando num desejo de radicalidade evangélica.
“Nós, frades, fomos apresentados a esta radicalidade carmelitana. Tivemos e temos, em nossa Formação inicial e permanente, a base histórica, espiritual e teológica para darmos com certa segurança este passo radical proposto pelo Senhor. Muitos confrades nos ajudaram e continuam ajudando a percorrermos este caminho de aprendizado contínuo, no qual nunca podemos nos considerar prontos ou acabados. Somos sempre frades a caminho, estamos percorrendo um itinerário.”
Frei Adailson refletiu também sobre o Profeta Elias, sobre os três conselhos evangélicos que os carmelitas são chamados a viver e sobre as bem-aventuranças que Jesus tanto falou.
“Hoje de forma definitiva você livremente professará os três conselhos evangélicos para percorrer com mais liberdade e radicalidade o Caminho da Cruz de Cristo. Através dos conselhos evangélicos o religioso tornam-se um sinal de contradição para o Mundo. Para um mundo que valoriza as riquezas e onde a ganância move os corações, o religioso é chamado a fazer um voto de pobreza, tendo como única riqueza o próprio Deus. A obediência marca o segundo voto seguindo os conselhos evangélicos. Jesus se encarnou e mesmo sendo Deus foi obediente até a morte e morte de cruz. Por fim, a castidade é o terceiro voto observado pelos conselhos evangélicos. O Deus do Reino e o Reino de Deus são a referência fundamental e o horizonte global do nosso celibato e de toda a existência cristã. Cristo Jesus, o homem casto, dedicou-se totalmente à causa do Reino. Amou a todos, especialmente os pequenos e os pobres. O seu amor não foi possessivo4 , mas libertador5, todo dedicado ao serviço dos irmãos”.
Frei Ivanildo partilha que com a profissão solene muitas coisas mudam e novos desafios virão.
“Em minha caminhada de cristão sempre tive uma palavra que me acompanhou e sempre há de acompanhar meus passos, que é a palavra confiança. Em todos os momentos da minha vida, nos momentos bons e nos difíceis sempre confiei em Deus e na sua providência que nunca falhou. Nunca fui de criar expectativas, acredito que elas só nos causam ansiedades e criam cabelos brancos, mas, o que espero, depois da Profissão Solene, é poder responder a cada dia, com a mesma alegria que sinto agora o convite que Deus me fez um dia, para servi-lo. Quero estar sempre disponível para fazer aquilo em que a Ordem e Província necessitar e quiser confiar aos meus cuidados. Nestes quase seis anos de formação, aprendi e continuo a aprender a cada dia. E nesse aprendizado muitas outras pessoas participam. Aprendi que o agente da nossa vocação somos nós mesmos, isso é verdade, no entanto, precisamos de pessoas mais experimentes na caminhada para nos guiar. Por isso quero deixar o meu agradecimento a cada um dos meus confrades, ao Governo Provincial, aos meus formadores, desde o Postulantado até a etapa em que estou que é a Teologia, que trabalham incansavelmente para que nós formandos tenhamos tudo para o nosso crescimento espiritual, intelectual e humano”.
Ele conta que sua vocação nasceu no seio de sua família, graças a sua mãe.
“Desde pequeno já ia com ela para as missas, procissões e foi nesse caminho de religiosidade que surgiu com um tempo já na adolescência após a crisma o desejo de servir mais de perto a minha Igreja. Já a vocação a vida religiosa se deu depois de uma conversa com o meu confessor, padre Sergio. Ali, depois de ouvir os conselhos eu decidi escrever enviar um e-mail para a Província, querendo discernir minha vocação. Eu já conhecia a Ordem do Carmo, pois a Virgem Maria a qual veneramos com esse título é Padroeira do meu Estado e lá também tem a presença dos Carmelitas. No entanto conheci a minha Província Carmelitana de Santo Elias em 2015 quando morava e trabalhava no RJ. Desde pequeno minha Mãe me ensinou a ter um grande carinho e devoção para com a Mãe de Deus. Para mim a Ordem do Carmo é a extensão da minha casa, da minha família, nela eu me sinto feliz. Acredito que esse sentimento se dá justamente por esse amor que aprendi a ter para com Maria Santíssima. A Ordem é toda Dela”
Natural de Pernambuco, Frei Ivanildo ingressou na Ordem do Carmo no ano de 2016 no convento do Carmo de Itu, em São Paulo. No ano de 2017, fez o noviciado na cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo, no convento do Carmo daquela cidade. No dia 20 de janeiro de 2018, professou os votos simples e foi residir no Convento Santa Tereza Benedita da Cruz (Edith Stein), em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde morou por três anos e fez a graduação em Filosofia na Faculdade de Teologia e Filosofia dos Jesuítas (FAJE).
Após a conclusão do curso de Filosofia, em dezembro de 2020, foi morar em 2021 no Convento do Carmo, em Bela Vista, São Paulo.
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