Ó Jesus, meu amor, minha vocação, encontrei-a afinal: Minha vocação, é o amor!
Nascida em 2 de janeiro de 1873 em Alençon, França, Thérèse Martin, mais conhecida como Santa Teresinha de Lisieux, ou Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, completaria 150 anos em 2023. Santa Teresinha escreveu inúmeras cartas e deixou um legado de amor e doação, oferecendo a Deus todos os gestos e sacrifícios feitos ao longo de sua vida. Para celebrar a data e em ação de graças pela vida e vocação desta doutora da Igreja, a Província Carmelitana Fluminense preparou uma série de vídeos sobre diversos aspectos da vida desta santa carmelita.
VOCAÇÃO DE SANTA TERESINHA
Meus imensos desejos me eram um autêntico martírio. Fui, então, às cartas de São Paulo ver se encontrava uma resposta. Meus olhos caíram por acaso nos capítulos doze e treze da Primeira Carta aos Coríntios. No primeiro destes, li que todos não podem ser ao mesmo tempo apóstolos, profetas, doutores, e que a Igreja consta de vários membros; os olhos não podem ser mãos ao mesmo tempo. Resposta clara, sem dúvida, mas não capaz de satisfazer meu desejo e dar-me a paz.
Perseverei na leitura sem desanimar e encontrei esta frase sublime: Aspirai aos melhores carismas. E vos indico um caminho ainda mais excelente (1 Cor 12,31). O Apóstolo esclarece que os melhores carismas nada são sem a caridade, e esta caridade é o caminho mais excelente que leva com segurança a Deus. Achara enfim o repouso.
Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor.
Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais anunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi e reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno.
Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará.
Comentar