“Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra.”
Papa Francisco
Gaudete et Exsultate, nº 14
Ontem celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que marca a última semana do Ano Litúrgico. Já estamos a espera de um tempo especial na Igreja, o Advento e a abertura de um novo Ano Litúrgico.
Esta é uma semana especial, conhecida como sendo a “coroa do Ano Litúrgico”, que parte da encarnação e termina na glorificação. Nestes dias, propomos aos nossos leitores fazer um compromisso de caminhar decididamente em direção à santidade de vida. Indicamos como roteiro a Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o chamado à Santidade no mundo atual: Gaudete et Exsultate.
Neste importante texto, o Pontífice nos apresenta seis características da vida de santidade em nosso tempo:
1ª- Suportação, paciência e mansidão: “Permanecer firme e centrado em Deus que ama e sustenta… Daí é possível aguentar, suportar as contrariedades da vida e também as agressões dos outros, as suas infidelidades e defeitos: ‘Se Deus é por nós, quem será contra nós?’. Nisto está a fonte da paz”. (n. 112).
2ª- Alegria e bom humor: “O santo, sem perder o realismo, ilumina os outros com espírito positivo e rico de esperança. Ser cristão é alegria do Espírito Santo, porque do amor de caridade segue necessariamente a alegria. Pois quem ama sempre se alegra na união com o amado” (n.126).
3ª- Ousadia e ardor (Gastar sola de sapato com a santa cara de pau): “Olhemos para Jesus! A sua compaixão não era paralisadora, tímida e envergonhada, como sucede muitas vezes conosco. Era exatamente o contrário: era uma compaixão que o impelia fortemente a sair de si mesmo a fim de anunciar, mandar em missão, enviar a curar e libertar. Reconheçamos a nossa fragilidade, mas deixemos que Jesus a tome em suas mãos e nos lance para a missão, A ousadia e a coragem apostólica são constitutivas da missão”. (n. 131).
4ª- Vida em comunidade: “A santificação é um caminho comunitário, que se deve fazer dois a dois. Reflexo disto temos em algumas comunidades santas. Em várias ocasiões, a Igreja canonizou comunidades inteiras, quer viveram heroicamente o Evangelho ou ofereceram a Deus a vida de seus membros (vários exemplos)… De igual modo, há muitos casais santos, onde cada conjuge foi um instrumento para a santificação do outro. Viver e trabalhar com outros é, sem dúvida, um caminho de crescimento espiritual” (n. 141).
5ª- A oração: “Lembremos que a santidade é feita de abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração. O santo é uma pessoa com espírito orante, que tem necessidade de comunicar-se com Deus. Não acredito na santidade sem oração, embora não se trate necessariamente de longos períodos ou de sentimentos intensos” (n. 147).
6ª- Caminho para todos: “Somos tentados a pensar que a santidade seja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim! Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendoo próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra”. (n. 14).
“É possível amar com o amor incondicional do Senhor, porque o Ressuscitado partilha a sua vida poderosa com as nossas vidas frágeis: «o seu amor não tem limites e, uma vez doado, nunca volta atrás. Foi incondicional e permaneceu fiel. Amar assim não é fácil, porque muitas vezes somos tão frágeis; mas, precisamente para podermos amar como Ele nos amou, Cristo partilha conosco a sua própria vida ressuscitada. Desta forma, a nossa vida demonstra o seu poder em ação, inclusive no meio da fragilidade humana».”
Papa Francisco
Gaudete et Exsultate, nº 18
Foto: Pixabay
Comentar